quinta-feira, agosto 30, 2007

O ESPANTALHO E OS MACACOS

Lula passou a receber pensão por invalidez após perder o dedo mindinho em um torno. Depois, ganhou outra aposentadoria na condição de "anistiado político" e passou a receber R$ 4.627,38, como se vê no extrato emitido pela Previdência Social em junho último.
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Deixa o Lula ganhar o seu prato de bóia em paz. E qualquer brasileiro que enche a boca para falar dele, e esse tal Claudio reaça inclusive, se tivessem direito a qualquer coisa iam correndo exigir. Na verdade nem eu nem você, nem este Claudio nunca trabalhamos numa metalúrgica, não pegamos no pesado, não perdemos dedos nem fomos presos políticos. E se eu tivesse sido perseguida pelo regime, pegado cana, eu ia exigir o que a lei diz que deve ser pago. Por que o Lula é diferente? Que pobreza esses jornalistas FDP que se prestam a tais papéis de fofoqueiros a serviço do poder. E olha o texto que segue, vais perceber que a esquerda está bem longe de Lula. Ele na verdade é o espantalho que ficou na horta para enganar os trouxas dos "passarinhos" , passando por gente de verdade. E enquanto muita gente grita Fora Lula, muito "macaco" está levando o milho.


terça-feira, agosto 28, 2007

NÃO VOU DESNUDAR-ME EM QUALQUER ESPELUNCA

Não sou mulher de me desnudar em qualquer espelunca. Não esperem que eu vá mostrar minha intimidade em qualquer local prosaico e mal cheiroso onde as letras são vilipendiadas diariamente, como são a maioria dos sítios de literatura chamada erótica. Eu almejo locais mais apropriados para revelar as secretas histórias que eu protagonizei, para delirar sobre viagens, amores, vidas, esperanças e tal. mantenho uma postura contida, pois a linha que divide os eróticos dos não, fica um pouco aquém do desejado. Dessa forma, não poderia soltar os bichos mesmo literariamente, como o fizeram escritores de nível, sem ter que ser julgada ao pé da letra e mandada pro outro lado da fonteira, onde coexistem as mais variadas formas de grosseiras manifestações da literatuara de porta de banheiro público, que me deixariam muito incomodada e onde jamais aceitaria estar incluída. Fico, então, com a literatura digamos assexuada, romântica, exótica, até meio doida, mas sem o colorido da presença do sexo, que seria fundamental para dimensionar todo o percurso do ser humano sobre a terra, pois do sexo fomos gerados, e é ele que move todas as coisas. e me permito então uma insanidade colorida, persongens anticonvencionais, sem palavrões, nada das mazelas da sociedade nos seus meandros mais contundentes. Fico num palavrear poético, falo de sofrimentos e dor de amor, de dor de ausências, lágrimas e sentimentos elevados. Mas longe de mim aceitar o texto onde o sexo seja tratado como persongem principal, explícito, repetitivo. Não me entendam mal. Não falo dej pornografia. Já vi escrevinhadores de poronografia referirem-se a Nelson Rodrigues como alguém que joga no time deles. Que sacrilégio. Em primeiro lugar, ele tem uma obra repeitável, em livros, com o tratamento das mais variadas expressões de sexualidade, doentia, banal, mas com uma abrangência, uma visão profunda da alma humana, afinal, uma obra de arte. Como alguém que escreve textos de uma página, que são pequenos contos ou até uma penca de versos, cujo tratamento é vulgar, pobre e explicitamente pornográfico, o que quer dizer que sem profundidade, sem análise , linear em histórias vulgares, onde o autor se debruça sobre cenas explícitas e vai assim até a última linha, pode sequer pretender se comparar a escritores como ele? É o que prova a incapacidade e a estreiteza de visão de tais pessoas.
Portanto, escreverei neste blog, aqui publicarei o que julgar de boa qualidade. Aguardem!

sexta-feira, agosto 24, 2007

PODEMOS CHAMAR A PORNOGRAFIA ENCADERNADA DE LITERATURA?

Alguém está apresentando um panorama de literatura erótica ou pornográfica। Cita autores como João Ubaldo Ribeiro, fala de pornografia valorizada por encadernações, apresenta entrevista do ministro que escreveu um livro que teria cenas eróticas . Vou logo avisando que não tenho a menor intenção de patrulhar ninguém, mas é um assunto do qual tenho pouco conhecimento, até por não gostar de literatura erótica।E mesmo autores reconhecidos como Ilda Hilst por exemplo, apesar de seu grande talento e de seu realismo, digamos assim, tem muito a ver com uma personalidade perturbada por um relacionamento incestuoso com o pai e uma vida de moça rica cheia de histórias de desajuste. E textos eróticos na internet, pelo que tenho visto, não passam a maioria de simples e diretos apelos. Sem falar em conteúdos violentos e criminosos como pedoflilia e estupro. E alguns já tiveram o displante de citar Nelson Rodrigues como um dos seus pares. Que sacrilégio. Pra mim, literatura não pode ser rotulada como erótica, literatura e boa literatura vai conter este tema assim como ele existe na vida das pessoas, fazendo parte e não sendo uma obssessão e um objetivo. Isso é pornografia. Se está na moda, que fazer? Eu ainda prefiro ler as portas dos banheiros, além de tudo é gratuito.
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E NESTE APANHADO SOBRE O MERCADO LITERÁRIO DA LITERATURA ERÓTICA FOI CITADA A TAL BRUNA SURFISTINHA, UMA MENINA DE PAIS RICOS, DESAJUSTADA, QUE FOI USADA PRA RENDER NESSA TAL "LITERATURA" AÍ VEM O KIA E DEIXA SUA PIADA : LOGO ESTA TAL BRUNA ESTARÁ OCUPANDO A CADEIRA 69 DA ACADEMIA DE LETRAS.

Por que VOCÊ não aproveita a idéia e faz um apanhado humorístico dessa nova onda literária que é um lixo importado, pois parece que li um dia la na sua página sobre o fato de as antigas cantadas estarem sendo consideradas demodée, e acrescento que também o erotismo essencialmente brasileiro não consegue existir sem boa piada.
Lembra das pornochanchadas de autores brasileiros? Era uma descaração mas que nos matava de rir। Não tinha esse cunho neurótico dessa pornografia de lieratos ou de mocinhas desajustadas de famílias ricas que resolvem botar a público seus desvios de conduta. É verdade que sexo está na vida diária, mas convenhamos que ter orgasmos diante de uma tela é um tanto neurótico para meu gosto demodée. Kia, você ainda tem muito a dizer sobre isso. Aguardo a crônica॥ Beijos!!!

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Ninguém fica indiferente
em relação à chamada literatura erótica, talvez deva ser melhor explicado. O meu não ficar indiferente resume-se a sempre que o assunto surgir, dizer o que falei acima: literatura pra mim é algo complexo, uma vez que trata da vida humana em todos os seus aspectos. Dentro dessa vida a sexualidade é algo realmente importante e não há como escrever um bom romance, criando personagens assexuados. Nem como ignorar a dimensão sexual no relacionamento humano, com todos os matizes, infelizmente presentes e especialmente visíveis nos prontuários médicos e policiais. Entretanto todos sabemos que a arte em geral está sendo abarcada por uma máfia de donos do negócio, isso inclui pintura, música como tb. letras, que é o nosso assunto aqui. Diante disso é óbvio que essa literatura de consumo erótico ganha terreno e rende muito dinheiro a quem explora os vícios, pois que consumir pornografia pra mim é um vício como qualquer outro, vício da solidão,enfim, como beber, fumar maconha, consumir êxtase, freqüentar prostíbulos, e longe de mim querer crucificar quem o faça. Mas não posso concordar que tais textos, feitos com o único intuito de satisfazer neuroticamente o corpo, sejam literatura. Como já falei antes, literatura de ficção, no momento em que trata da vida humana, não poderá excluir sexo, sob pena de excluir humanidade. Mas convenhamos que isso feito por mãos de artistas legítimos, cujo objetivo não é ganhar dinheiro com best sellers e outras escrevinhações, surgirá de forma harmoniosa, linda, grandiosa, sem falsos moralismos, que, diga-se de passagem, todo consumidor de pornografia é no seu âmago, um grande FDP de um moralista. Sendo homem, um moralista com ejaculação precoce, na melhor das hipóteses, se mulher, uma moralista que só se satisfaz como “vagabunda”, nunca conheceu um sexo com um homem de verdade, não consegue ter prazer sem baixaria. Pobres de nós moralistas! E o autor do tópico resumiu bem a questão quando disse que afinal, hoje em dia tudo gira em torno de dinheiro, poder e sexo. Ainda bem que existem pessoas que conseguem ficar à margem desse trinômio. Acho que encerrei por aqui.
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O autor do tópico disse que concorda com a afirmação de que literatura de ficção não pode excluir sexo sob pena de excluir humanidade. Só que isso foi só uma parte da minha argumentação. E se o grande escritor X ou Y quiser ganhar uns trocos fazendo algo mais comercial, como o citado João Ubaldo Ribeiro, isso não invalida o que falei sobre grandes obras literárias. Elas contém o sexo dentro de um contexto de obra de arte, seja em Nelson Rodrigues, seja em Jorge Amado ou no grande Saramago. Você já leu A HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA? Que erotismo maravilhoso no encontro de Raimundo Silva e sua amada! Mas eu sei, existem as pessoas que não têm alcance para ler tais obras. E as editoras estão atentas a esse público que é a grande fatia dos leitores. Aí surge essa pseudo literatura chamada erótica. Eu sei, não é novidade, pois sexo é algo que nasceu com a humanidade. E a repressão sexual e o moralismo são ótimos agentes para produzir leitores para tal conteúdo. Entretanto, se você ler os eróticos desses sites, verá que além da maioria dos textos ser um amontoado de clichês de baixaria, com uma receita repetida, é tão mal escrita e tão sem criatividade que só poderá servir para fins masturbatórios de libidos exacerbadas. Enfim, consome-se muito, consome-se refri, salgadinhos, fast food, filmes de ação, cervejinha gelada, filmes pornô, carros, revista Júlia, Caras e também histórias de sexo explícito. Nada contra. Mas mercado literário? Essa não!


quarta-feira, agosto 22, 2007

FLORESCENDO COM A PRIMAVERA




Amado C.

Quando eu "sei" onde você está, como durante a semana, no trabalho, parece que te sinto mais próximo, mais ligado a mim, mais real, isso é mesmo estranho. Mas chegando a sexta-feira, durante o fim de semana e quando você viajou pra sua terra, a impressão que me passa é que te "perco" de vez. É como se eu mapeasse este unvierso virtual e tu estivesses ora mais próximo, ora inatingível, ora até aconchegado, quando chego a sentir através das palavras que quase nos tocamos...


Entrar em contato apenas virtual e a partir daí chegar a tal envolvimento, é uma experiência totalmente nova, embora as motivações sejam resultado de muitas vivências e provavelmente de uma aridez, de um estado de solidão em que me encontrava,. Eu nem sabia, mas já havia "canteiro plantado" pronto pra florescer, bastava que uma chuva muito especial viesse despertar a vontade das plantas de novamente brotar de sementes esquecidas, mas teimosas, inconformadas até, quando tudo já parecia estar resolvido em minha vida. Mas elas precisarão de muita vitlidade para seguirem crescendo e pra que o fato de terem sido despertadas para a vida não venha a ser um esforço vão. Negar a si mesmo a possibilidade de ser, talvez seja o ato mais imoral que alguém possa praticar nesta vida. Foi algo assim que disse Clarice Lispector e sou obrigada a concordar com ela. E vontade de escrever mais, inclui vontade de ler sempre mais e isso é suficiente para suprir a necessidade "específica" que eu também sinto em relação a você? Bem que eu dizia sobre os fechos das cartas, "isso não vai dar bom resultado", lembra disso? E já temos coisas a lembrar, assim, sem sequer ter nos olhado por um instante sequer? E tantos beijos escritos na fria tela, parece que de repente vão perdendo a força , por tanto se repetirem , sem nunca realmente terem sido trocados? Beijo em pensamento, gosto de saudade do nunca experimentado, palavras surgindo da ponta dos dedos e da vontade de ser com o outro, e madrugada fria e vôo cego em linha reta , estaremos "jogando de olhos vendados"? E eu neste labirinto sem achar a melhor forma de me despedir? Uma despedida de corpos não presentes, suspensos na linha sutil dos desejos que apenas espiam temerosos pelos vãos de janelas e lá permanecem esperando...esperando... Mesmo assim eu te dou outro e mais outro

Beijo

Taniucha

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Tania


Ah que manhã, esta! Nem vou esperar nada, não dá; sei que não posso correr e dar um abraço, então faço que apenas posso --- digo já o que estou sentindo!
Li, fui lendo, bebendo, sensaboreando as suas palavras e vem-me esta vontade de falar com você. Nem me refiz, nem organizei as idéias, tudo esta ainda fora de lugar por aqui, mas quero lhe falar no quente do momento, sem nem mesmo me dar a chance de acalmar a onda, a vaga que me percorre as veias! Uma emoção intensa ler você nesta manhã, e há tanto a lhe dizer, tanto... mas as palavras estão se atropelando! Neste instante, é dessa emoção que queria lhe falar!

Quero "registrar" essa emoção antes que a razão talvez apare, como o corte do talo de uma flor, ou como o pássaro que nos encanta, de repente silencia...


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Querido Poeta

Entendo tão bem essa sua afirmação! Mas você realmente "registrou" o momento, dizendo o que lhe foi sendo induzido pela emoção. Você sentiu e revelou isso espontaneamente, ao passo que eu construí uma carta com palavras bem colocadas, interessantes, emocionadas até, mas sem essa naturalidade que surge de uma escrita sem freios, sem cortes, que me deixou tão feliz e me permitiu quase "ver" seus movimentos, sentir quão sincero estava sendo naquele momento, como eu invejo você, que não se tolhe diante de uma descoberta,movimentos diante de uma revelação, que se expõe tão naturalmente a meus olhos, você é mesmo especial. E o que fiz eu ?falei de um sonho, usei uma linguagem superficial, casual, como se estivesse falando de um fato qualquer, como eu me odeio por isso. Mas agora tento remediar, dizendo o quanto este dia foi importante pra mim. Eu gosto tanto de ti, tanto mesmo. E como teria sido bom receber aquele abraço que tiveste vontade de me dar, como!
E ao ler você hoje, fui até a porta e lá estava o céu como sempre esteve, mas de um azul incrível,Parei e olhei de verdade para aquela imensidão, quando dois beija-flores surgiram naqueles volteios, indo direto à laranjeira. Fiquei atenta e vi ao mesmo tempo em que pousavam, que havia tantas flores brancas e pensei que não poderia haver um quadro mais lindo e a prova incontetável de que a primavera estava dando seus primeiros sinais. Na natureza e dentro de mim. Um céu totalmente novo me diz que boas novas serão trazidas pelos ventos do norte.
Quando criança a gente adorava o tal "vento norte". Ele, ao contrário do minuano gelado, cortante, era morno, estranho, misterioso e corríamos ao redor da casa abrindo os braços, "vento norte"," vento norte"... Espero esse vento pra correr novamente de braços abertos dando risada, vento norte...

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Tania

Tomara a primavera esteja mesmo surgindo em você, que, literalmente, vem saindo ( e está saíndo?) de um inverno duro. Tomara o sol lance fora os medos, traga um esplendor de alamandras nas manhãs apenas raiadas! Como seria seu amanhecer, nesta altura de sua vida... que força, que mistérios, que magia seria capaz de apressar essas manhãs, esta primavera??

O vento do norte... do Planalto Central... das altiplanuras de Minas, talvez? Então, que sejam ventos cálidos em sua paisagem do sul... Ah, quisera eu poder cavalgar esses ventos do Norte... mas chegar num tempo que não fosse o tempo de folhas caídas, e sim, o tempo daquela verdura apenas saída da horta, fresquinha, gotejante ainda!

Nossa!! Como estou dispersivo... começo a lhe escrever e vou me perdendo, me perdendo... estou deixando tanta coisa sem responder, comentar... por exemplo, sobre você ter escrito menos (ah, vi os artigosTomara a primavera esteja mesmo surgindo em você, que, literalmente, vem saindo ( e está saíndo?) de um inverno duro. Tomara o sol lance fora os medos, traga um esplendor de alamandras nas manhãs apenas raiadas! Como seria seu amanhecer, nesta altura de sua vida... que força, que mistérios, que magia seria capaz de apressar essas manhãs, esta primavera??








Querido Poeta



E que ventos tão amanhecentes estão soprando ligeiros tal que sempre ao chegar a esta janela, só recebo em meu rosto uma vaga brisa com cheiro de ervas denunciando que os ventos que por aqui a recém passaram, machucaram com carinho a vegetação ainda orvalhada das quatro horas da manhã?
Não cheguei a tempo de ver as escriturinhas lá na tua página. Se pudesses imaginar quantas vezes eu naqueles tempos mais complicados de nós desejei vislumbrar naqueles escritos alguma coisa que de leve pudesse ter a ver comigo? Aquele texto da esteira na praia, como quis que fosse eu a estar lá. E quantas vezes tentei interpretar aquele teu comentário com letra de tango, esquadrinhando cada palavra, aquele em que você assinou Calucho. Aí você me disse que era uma forma de comentar que você sempre usava. Fiquei mesmo muito triste, queria tanto que tivesse sido escrito pra mim... Mas tinha a tal mulher de olhos claros, quem seria? E uma prosa onde você escreveu, "pra você, naturalmente".
Você não poderia ter me dado melhor presente. E não é que eu vou ficar convencida de que sempre que quero muito uma coisa ela acontece? O meu pensamento mágico parece ter respaldo com as divindades...
Não se preocupe com não poder cavalgar agora os ventos em diração ao sul. Eles estarão sempre por aí e o nosso "canteiro plantado" continuará a produzir plantas viçosas que não demora, tu vais ver, estarão diante de nossos olhos...

Um beijo no seu rosto, abraço muito você, e olha, até ja começo a chorar, que coisa não é? Mas que emoção tão boa de se sentir!

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quarta-feira, agosto 15, 2007

INTERAÇÕES POÉTICAS



Neste melhor de você que tenho guardado, eu me aconchego e sei que é um "ele" que teria a melhor hora de mim. E este melhor é o que você é de verdade, apesar de querer que eu acredite que o inventei e no qual não se reconhece. Você se descompreende demais. Ainda está escondido na loja de armarinhos, atrás daquelas caixas?

Este é o homem que me enternece e não quer que eu me vá. E com quem eu preferia falar sempre. Pra que temer a falibilidade das coisas, elas nem começam, nem terminam, só acontecem enquanto nos distraímos com o võo de um pássaro ou um ruído à distância. Eu me agarro a este acreditar, tal como o cipó do mato se enrosca na árvore. Estou plena deste tempo-ser que estamos construindo sem sequer percebermos.

"Também, o que importa mesmo é outra coisa que nós nem sabemos ainda o que é, esta coisa está escondida de nós... tomara não seja tarde quando descobrirmos ..."

Vejo que assinou como há pouco, isto me fez lembrar de nossos primeiros contatos, em que eu falei "sou claustrofóbica, não gosto de ficar presa" e você respondeu "visgo nenhum eu sou" e aí eu disse que a partida terminava empatada, mas talvez houvesse prorrogação. E há coisas que você me escreveu que a cada vez que leio, fico assim parada, sem acreditar que tais formas tão perfeitas de se dizer de coisas e sentimentos tenham sido enderaçadas a mim. E penso que nunca antes e nunca mais nesta vida, é uma chance única, algo sequer semelhante poderá ocorrer. E eu tive que viver tantos anos pra encontrar você? E tenho que, diante de tal acontecimento, permanecer serena, como se fosse a coisa mais natural deste mundo?


E o que é interessar-se por uma pessoa? E no mundo virtual, que tipo de sentimento cresce a partir daí? Assim, sem presença física, sem toque, sem sons de conversa? Esta experiência é nova pra mim. Mas creio que tenho de ti aquilo que realmente conta, a essência de tua pessoa que não há como não conhecer tendo lido tantas coisas que você me escreveu. O resto são detalhes, o físico, o jeito de andar, lembra que me perguntou se eu fumava? Vê que a tal efemeridade se prolonga já por longos dias... e nem sempre foi fácil pra mim... E será fácil nomear o que se sente? Estar interessado é uma forma um tanto vaga pra definir diferentes situações entre duas pessoas . É só uma forma de falar bastante genérica. . Mas eu prefiro não nomear o que me liga a você. Prefiro descrever. Ficar sem tuas palavras é sentir o vazio mais fundo. E eu não sei como classificar melhor tal sentimento porque ele carece de mais evidências para ser avaliado. Ao mesmo tempo em que é intenso, também a fragilidade dos contatos faz como que fique um tanto irreal e sujeito a uma diluição em dúvidas, falta de referências. Descumpro qualquer promessa de me afastar um pouco de vez em quando, de puxar a âncora e partir desta costa. Tomei gosto por tudo nestas paragens. E de tanto andar a esmo já conheço caminhos que quase me levam ao ponto mais alto de longe vislumbrado. Terei coragem para suportar tal caminhada? E algum caminho se fará mais largo e acolhedor para os meus pés cansados?

E sobre a falibilidade das coisas ...

Pois nem começar por medo que logo termine, é algo que acaba por nos deixar mais tristes pelo fato de tal impossibilidade só nos tornar amargos de forma ainda pior, sem ter nada pra lamentar, a não ser o fato de não ter tentado.
Então eu vou... Tomara ainda não seja tarde...

INTERAÇÕES POÉTICAS



"...ou era noite antes, e agora, há ânsias para o amanhecer? Perguntas sem respostas; mistérios de mistérios de quando a gente encontra alguém, um cruzamento de caminhos... caminhos se juntando, pelo menos no provisório? Ah... pra que ficar analisando, analisando... e se está tão bom assim, por que não apenas fruir? Por que querer saber tanto? "



Querido poeta

Provisório tudo é, foi você quem me disse outro dia quando falei em tal condição. Mas há os provisórios que a gente já sabe que nunca passarão disso, e há outros que são somente um momento que espera pelo próximo, e há ainda os que a gente nem sabe da existência, estando ainda indefinidos, em partes que ainda precisam se unir como peças de montar. Estes na verdade são a nossa própria vida, uma infinidade de retalhos que vão sendo costurados conforme decisões momentâneas, escolhendo entre o verde e o azul, entre o de estampas floridas ou o preto fechado. E neste constante ocupar-se, as longas noites podem amanhecer na magia das escolhas, no encantamento dos encontros inesperados, cruzamentos de caminhos, no trabalho de ir dando forma a esta colcha de retalhos. E por que não apenas fruir, você pergunta, apenas deixar-se levar ? E estremecer de leve a cada leitura das palavras do outro, e encher-se de uma alegria inesperada e de esperanças malucas, adivinhando coisas nas entrelinhas, sendo feliz naqueles instantes de individualidades misturadas.

segunda-feira, agosto 06, 2007

H U M O R

por Madame Satã











MULHERES HOJE


Mas há os limites que nós mulheres devemos impor. Nossa nudez com quem quer que seja, deve ser respeitada. Anseio por alguém que me encare de igual pra igual, e, mesmo uma relação provisória pode ser algo bom se houver de parte a parte , muito respeito, intenções claras e consideração. Ser livre não é, de modo algum, expor sua intimidade a público.

Mulher que" abre as

pernas para a a "platéia"

corre o risco de não

conseguir mais fechá-las.

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domingo, agosto 05, 2007

Amargo manjar dos deuses

Postado por Luiz Weis em 2/8/2007 às 8:03:36


jrnalista do Observatório da Imprensa

Refiro-me ao implacável retrato do Brasil traçado hoje -

despretensiosamente- por Nina Horta, cronista de culinária da Folha

sob o título, O MUNDO ATRÁS DAS GRADES



REFLEXÃO (cá entre nós)

Disse uma vez certo arquiteto, quanto mais os ricos se fecham em condomínios fechados, quanto mais se fechem as grades para uma suposta segurança, mais será cavado o abismo entre pobres e ricos e cada vez mais estaremos construindo uma nação onde há um muro explícito de individualismo, preocupação egoísta travestida de direito à segurança e onde quem tem muito julga que seus direitos são ilimitados. Desta forma, os meninos que jogam pedra nos gays e prostitutas, que põe fogo em mendigos, estão mostrando que sua humanidade é de outra natureza, e os que vivem fora dos muros onde cresceram, são uma categoria de seres de outro mundo, que lhes parece muito natural espezinhar, assim como em épocas medievais ricos senhores feudais, isolados em seus castelos, julgavam que os que lhes serviam existiam somente para tal fim, sendo muito natural dispor de suas vidas como um criador dispõe de seus bois para o que bem entender, até para diversão e saco de pancada. Mas tal afirmação recebe um novo viés na palavra desta mulher que escreve sobre culinária e tem acesso aos portões eletrônicos em vista de sua profissão. Ela mostra que há uma certa paranóia instituída, onde mesmo nas vilas de casas com sala cozinha e quarto, as pessoas estão colocando grades. Eu resisti muito a colocar uma cerca de ferro diante de minha casa. Quando casas bem mais humildes já ostentavam portões um tanto imponentes para o que guardavam, eu, após uns meninos terem invadido minha casa quando estávamos fora, coloquei a tal proteção. Mas olha o que ocorre. Enquanto meus vizinhos se fecham com portões eletrônicos ou passam cadeados o tempo inteiro, nós aqui teimamos em deixar o portão meio aberto, ninguém tem mais a chave do cadeado que o próprio também sumiu e por isso há uns pobres coitados que me incomodam às vezes vendendo coisas pra não pedir esmola ou até me aborrecendo, como um menino que usa drogas e veio bater pra pedir dinheiro com desculpas as mais variadas, por umas cinco vezes em curto período. Eu nunca o tratei mal, só que finalmente expliquei pra ele mais energicamente que não lhe daria tal valor porque ele estava abusando. Mas graças a esta minha teimosia, eu já tive oportunidade de ver lindos sorrisos de vendedores, crianças, rapazes e toda a gente que quando bate à tua porta está ainda com esperança de não vê-la bater em sua cara. E eu que já levei uma inesquecível dessas, numa ocasião em que estava deseperada e sozinha num prédio estranho, depois da meia noite e com três filhos pequenos, nunca poderei fazer o mesmo. Era um casal que me negou qualquer auxílio por se sentir no direito muito alardeado por aí , em slogans e gritaria, de sequer me olhar direito, isso que eu estava com uma criança de quatro anos na mão. E como fala a cronista no texto abaixo, de alguma coisa teremos que morrer, de pneumonia ou catapora, de câncer ou de tiro, que diferença faz? Porque se todos continuarem a negar um mínimo de seu tempo e de sua boa vontade aos que estão do outro lado das grades, então não haverá mais esperança, não haverá nem palavras, nem lutas, nem gritaria que resolvam. Não seria muito mais bonito se, ao invés de as pessoas se unirem pra bater, pra xingar, reclamar direitos, dizer que estão cansadas, cansadas? De tanta solidão, de tanta má vontade, de tanto egoísmo? E se todos resolvessem dar uma trégua, arriscar um pouco dessa sua segurança infeliz e estéril para que algo possa REALMENTE mudar?

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O MUNDO ATRÁS DAS GRADES

(NINA HORTA)


Resolvi andar um pouco a pé, ir até o supermercado. No meio do caminho, não tinha uma pedra, uma pedra, mas senti uma estranheza que custei a identificar. Quando eu passava em frente aos portões, soava um alarme e luzes se acendiam. Fiquei brincando de gato e rato com as portas tão sensíveis, mas foi me dando uma raiva burra. Acreditam que me senti excluída e empurrada para fora daqueles prédios?
Não deveria ter sido surpresa. É que sou muito distraída. Quando vou a uma festa feita por nós do bufê, passo por problemas incríveis. Basta o porteiro enxergar uma velha de cabelos brancos que se diz cozinheira, na chuva, sobem-lhe à cabeça suspeitas terríveis de assalto e mulher-bomba. Escondido atrás de um vidro blindado fumê, pede a identidade que devo inserir numa fenda, de onde cairá na caixinha dele.
Começo a vislumbrar, atrás do escuro, um sujeito atarracado, mordendo a ponta da caneta, olhos entrefechados. Escreve e lê com dificuldade. Acho que tão avançada técnica contra ladrões mereceria um Nero Wolfe, um Perry Mason, um Sherlock. Inúmeras vezes já cansei ao ser recolocada numa segunda jaula, e daí desisto. Brado: "Não entro, mas não tem festa". Costuma ser um abre-te sésamo. O engraçado é que, todas as vezes que consigo chegar, adivinhem quem já está lá me esperando há 40 minutos? O senhor Zé, nosso motorista de longa data, que tem a maior cara de mexicano, bigodes revirados e olhar furtivo.Ele, sim, sabe das coisas.
Claro que entendo que a segurança é necessária. Mas o problema que tenho para aceitar as ruas fechadas... As ruas do meu bairro, as vilas do meu bairro. Onde foi parar o meu bairro? Que droga. Fico pensando assim. Se tenho que morrer de pneumonia, catapora, sarampo, dengue, morro de ladrão, mas não abdico da rua. O que perderam meus netos por não conhecerem seus vizinhos? Por terem perdido dona Judith, que fazia gefilte fish, dona Hermínia, que recheava alcachofras com a farinha de pão e as fritava em azeite? Dona Conceição, que era especialista em doce de tomate? Sem contar dona Seraphita, com suas inefáveis balas de ovos. Vocês não imaginam o que eram as balas de ovos portuguesas da dona Seraphita, que não tinham nada a ver com estas que comemos hoje, com cascas duras como vidros. E com a irmã dela aprendi a comer sanduíche de chocolate e de uvas. Sem contar Natália, a italianinha, esta sim, que me deu o maior prazer de todos, ensinando-me furtivamente como se fazia um sanduíche de alho cortado fininho, um pingo de sal e bastante azeite. O meu bairro era a ONU, era o que nos transformava em cidadãos do mundo, era o que nos ensinava a enfrentar a vida de patins e bicicleta, era o mundo lá fora que trazíamos para exame dos pais. A rua educa, todos misturados na mesma tigela. Era preto e era branco, amarelo, pobre e rico, vendedor e comprador, sem zumbidos de grades excludentes.
O que mais me irrita é achar que por trás disto tem um pouco de sentimento de status. Se os muito ricos se fecham atrás de grades, nós também devemos nos fechar, no que nos enganamos. Naquelas casas onde há seqüestráveis de verdade não se percebe a segurança. Invisível.
Atrás do bufê há uma vila. As casas são simpáticas, geminadas, uma boa sala, cozinha e quarto. Pois não é que puseram um portão de um lado e outro de outro na vilinha? Não podemos mais dar uma volta no quarteirão sem um guarda que abra os portões desconfiados.
Bairros são o mundo em pequena escala, são a primeira inspiração de nossas vidas. Olhem só o nome dos tangos. "Mi Viejo Barrio", "Los Cien Barrios Porteños, "Esquinas Porteñas", "El Barrio", "De mi Barrio", "Cuando el Barrio se Duerme", "Compadrito de mi Barrio"... Sem falar em Jaçanã e Copacabana. Derrubemos los portoñes!
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sábado, agosto 04, 2007

SEXO VIRTUAL







Se a minha avó sequer sonhasse com algo como o sexo virtual ela pensaria, no mínimo, ter aportado a um inferno qualquer onde a luxúria reinasse soberana e promíscua, onde demônios em forma de mulheres em ângulos totalmente indecorosos fizessem a maior farra e onde ela, pra sua surpresa, não veria nenhum diabo jogando ninguém em fogueiras nem espetando pecadores com seu tridente. Então, sendo sonho, ela acordaria apavorada e faria um sinal da cruz rápido pra afastar maus pensamentos. Mas todo esse mundo só existe na tela do computador. Por enquanto. Vai que daqui a algum tempo não muito grande, inventam um jeito de as pessoas se apalparem via máquina e aí vai ser o diabo. Mas do jeito que o cara anda desmoralizado, acho que talvez tenha que surgir algo mais contundente, um monstro mais assustador porque este tal de demônio anda mesmo desmoralizado. Mas por enquanto é assim:do lado de cá, uma pessoa sentada em uma cadeira nem sempre tão confortável, olhos fixos e dedos teclando, postura um tanto curvada pra frente, e é só. Tudo acontece mesmo é dentro das cabeças, a partir da visualização de imagens ou leitura de textos. Então as expressões fisionômicas determinam as mudanças que ocorrem no internauta, emoções, sensações, e lá está o ser humano com uma parceira quadrada e fria, a TELA, como uma escrava a quem ele ordena o que fazer.. Foi-se o tempo de meninos espiarem por fechaduras, por portas entreabertas, de senhores avançar o sinal com serviçais. Agora temos algo bem mais prático e tranquilo, e que ainda pode ser seu próprio álibi, pois tudo se faz por aqui, inclusive comprar e pagar contas. - Roberto, você não vem dormir? -Já vou, estou terminando de digitar um texto. O que ele está mesmo fazendo é se deliciando com versos e imagens pornográficas em um blog qualquer. E é surpreendente como homens que por um lado se apresentam como sérios, comedidos, pessoas respeitáveis, ao aportar em tais sítios viram moleques curiosos que não se contentam em olhar, sentir, não, eles têm que deixar comentários, aplaudir, bater palmas, dizer que tiveram prazer, assinar embaixo, mostrar competência. Mesmo que o façam discretamente, elogiando o espaço com palavras discretas, parece que deixar seu nome é uma instância indispensável, como se ao fazê-lo, de certa forma, o ato imaginado atinja também quem se expõe em fotos, palavras e outras performances. Será então, uma comunhão de prazeres, uma conjunção carnal que se concretiza neste elo formado . E diante de si mesmos, ratificam sua masculinidade, ou aquilo que pensam ser tal apetrecho. Falei masculinidade? Então me equivoquei. Estes comportamentos designam macheza. E qual a diferença? Enorme. Quem tem certeza de sua competência, não se expõe dessa forma. Tais expedientes são muito usados por aqueles que precisam estar a todo tempo provando a si mesmos e aos outros que são homens de verdade. São mesmo é uns incompetentes e medrosos. Se fosse possível filmar pessoas diante da tela, em momentos exacerbados desses, teríamos provavelmente, as cenas mais engraçadas. Imaginem alguém praticando prazer solitário sentado à frente do computador. Patético? Digamos que lamentável. E com som no filme, além da mímica grotesca, teríamos gemidos, palavras, gritos e sei lá o que mais que alguém pode fazer numa situação dessas. E as câmeras, em que pessoas totalmente estranhas e outras nem tanto, exibem-se como mercadorias umas às outras? Um mercado de escravos voluntários. Uma feira livre de carnes em profusão. Uma grande festa ao deus Baco, onde estamos todos separados mas próximos o suficiente para contatos que se não íntimos pelo toque, pelo corpo a corpo, de uma proximidade permitida por visão e audição. Sim, neste universo de total consumo, viramos todos mercadorias com preço. E a maioria não tem rosto, ou usa falsas imagens para se identificar. Os verdadeiros sujeitos das ações estão quase sempre escondidos por pseudônimos, fotos falsas, descrições fantasiosas. Dessa forma os milhões de internautas multiplicam-se por usar várias identidades aumentando ainda mais a distância entre eventuais “parceiros”. Muitas mulheres dizem que, por apresentarem atitudes cada vez mais parecidas com as do homem, o que inclui promiscuidade sexual, vários parceiros, são pessoas livres. Ainda mais considerando-se que tais práticas se revestem de total descompromisso com a consideração pelo outro. Tornam-se simples produto de consumo descartáveis. Ora, em primeiro lugar, ser cópia dos piores comportamentos do macho não me parece algo que denote senão uma imitação grotesca longe de significar qualquer sinal de liberdade. Livres seremos ao escolher o tipo de vida que queremos ter, seja num casamento de muitos anos, seja em relacionamentos eventuais, seja do jeito que acharmos conveniente. Qual a diferença, então? A diferença reside na forma como nos apresentamos, no respeito imposto a quem se aproxima. A ala feminina cair na gandaia de sites pornográficos, onde a nudez da mulher continua a grande mercadoria, é aceitar o achincalhe dos homens, é descer a condição de mera prostituta, usada por todos sem nenhuma consideração. É preciso ser livre, sim, livre inclusive para deitar com quem achar conveniente. Mas há os limites que nós mulheres devemos impor. Nossa nudez com quem quer que seja, deve ser respeitada. Isso inclui não aceitar que o parceiro resolva fazer o que bem quiser. Outro dia ouvi uma pergunta que uma jovem fazia a um programa de TV. Ela perguntava, pasmem., se devia concordar em ter certa prática com o namorado, pois , apesar de não gostar, não queria desagradá-lo. Uma "Amélia" pós moderna? Uma escrava dos desejos do amado amante? Anseio por uma pessoa de carne e osso, algo meio primitivo como o contato com outro corpo, um estar a dois do jeito mais significativo e interessante que isso possa representar. Sou livre porque posso escolher com quem ficar, a quem beijar, onde e quando, tenho todas as possibilidades bem diante do meu nariz, uma vez que estou sozinha, não tenho parceiro. E isso não é nenhum convite, não é essa a intenção. Mas anseio por alguém que me encare de igual pra igual, e, mesmo uma relação provisória pode ser algo bom se houver de parte a parte , muito respeito, intenções claras e consideração. Ser livre não é, de modo algum, expor sua intimidade a público. Mulher que" abre as pernas" para a platéia, está correndo o risco de não fechá-las tão cedo.

FRASES

"Se quiserem brincar com a democracia, ninguém

sabe nesse país colocar mais gente na rua do que eu".

Presidente Luís Inácio Lula da Silva


PISANDO PRA SUBIR QUE


O FUNIL TÁ ESTREITANDO

E tu, firme no movimento CANSEI? Vais ver como terás ainda que cansar pela vida afora, porque essa cambada que cansou, cansou mesmo de esperar pelo OSSO! Vai por mim!E a nossa governadora está desentocando dez mil professores em desvio de função. Ela está até certa, mas devia cobrar também os impostos que os bancos devem ao Estado, isso é grana preta!!.
Por isso, amigo, não te iludas em apoiar esses movimentos de ocasião, quando as eleições estão chegando. Eu só queria que alguém me explicasse por que os ladrões do PT são piores que os outros. Se alguém me provar isso, eu dou o braço a torcer. Eu nunca tive partido, tive preferência por pessoas e idéias. E gente que foi muito pobre e melhorou de vida trabalhando muito, sempre vê com maus olhos os pobres que conseguiram muito mais de uma forma que lhes parece "injusta". O que ocorre, na verdade, é o medo de voltar à antiga condição,. o pavor de olhar pra baixo e pensar que pode cair. A pior classe social é aquela que recém saiu da base da pirâmide. O medo de despencar outra vez impulsiona lógicas que beiram ao mais bizarro modo de julgamento. E então, respeitadas as exceções, fazem qualquer negócio pra fincar pé no degrau alcançado e chutam os que vêm subindo pra manter a posição. Pois o inferno fervente logo abaixo ainda esquenta o traseiro e não deixa esquecer o perigo. Já quem subiu mais acima, pode contar com essa couraça protetora e respirar mais aliviado. Entretanto, dado o perigo desses governos que resolveram remexer o caldeirão raspando a colher no fundo, inventando de dar o que os outros chamam de bolsa esmola, fazendo o que os outros chamam de demagogia, enfim dando uma olhadinha mais pra baixo, o que já rendeu mais de 50 por cento dos votos válidos, o jeito foi começar um ataque maciço com toda a sociedade que gosta de manter seus privilégios e tá se lixando pro povão. Pra que NUNCA mais ESTA GENTE, como falou aquele senador catarinense, venha a ocupar a cadeira da presidência.
E eu até acho que sou parte de uma média mais pra remediada, haja visto o jeito em que andam as coisas, mas na verdade nem sei direito. A diferença é que não sou mau caráter e que não tenho tradição de pobreza. Mas que bicho é isto? tu vais me perguntar. Quero dizer com isso que tenho algum avô e bisavô que foram pessoas com certa posição. Eu nunca tive dinheiro mas , no tempo em que alguma herança de prestígio social contava, eu, por conta disso, não me sentia rejeitada na sociedade em que vivia, ainda tinha uma casa pra morar, não tinha cara de fome, minha avó ainda tinha umas terrinhas que ia vendendo. Sempre sobrava algum vestido que ela fazia pra mim. Entendo a pessoa que ficou na periferia e se sentiu menosprezada. Isso marca muito. Porque todos sabemos da discriminação de que são vítimas pessoas humildes, haja visto a declaração do Boninho, um rapaz divertido que confessou que jogava ovos nas prostitutas, dos rapazes que espancaram a moça na parada de ônibus, e outras gentilezas praticadas por crianças que são o reflexo de uma sociedade podre, que só quer o próprio bem e ainda odeia ver aqueles que considera um lixo descartável enfeiando a sua paisgem.

Esta história de ser trabalhador, de se sentir valorizado por isso, é uma coisa que foi enfiada na cabeça de quem serve ao sistema, que compõe a massa trabalhadora. Nunca leu sobre isso? O mito da eficiência, mitos que fazem com que pessoas se sujeitem a servir a quem tem as rédeas do poder econômico. O empregado do ano, essas baboseiras todas. Somos, como diz o um amigo, somente boi carreiro. E ele disse que só não era boi carreiro quando estava amando, que o amor deixava as pessoas libertas, elas não se sujeitavam mais. De amor chegamos ao sexo, cuja repressão sempre serviu a regimes, e que a atual "liberdade" sexual também serve, pois movimenta negócios de bilhões com a indústria da beleza, a pornografia, os divertimentos, a telefonia, a internet. Esta desagregação social faz com que pessoas acabem consumindo muito mais, gastando mais com moradia , alimento, tachas, advogados, enfim, a pretensa liberdade sexual impulsiona negócios bilionários.

Voltando ao aspecto das camadas sociais, quando falávamos que a classe onde estão as pessoas que acabaram de sair da base da pirâmide, poderíamos ainda dizer que a maioria desses bois, quando vêem outros se dando bem com muita facilidade como é o caso de quem conquista um cargo público, entra para o futebol e essas formas mais rápidas de ascenção, ficam indignados. Se um chamado grande homem, considerado assim por sua posição econômica, que não é boi de canga, sobe ao poder, todos aplaudem . E o que é esse grande homem? Alguém que vive em situação superior, que os bois acreditam ser "diferente", que foi ungido com a tradição da sua família, alguém que está acima de todos, que sempre esteve lá e precisa de bons soldados para manter a miudeza no seu lugar, vai pagar bons salários a cargos de posição estratégica que garantem a preservação da hierarquia. Ainda sobrevive aqui a mentalidade de colonizado, que faz reverência à nobreza, que se curva diante dos superiores, à espera de uma recompensa. Cada um deve saber seu lugar. Miudeza, bem entendido, num juízo de valor porque compreende uma enorme fatia da população. Sacou? Aí vem lógicas de que rico não precisa roubar. E vem o Maluf dizendo que rouba mas faz. Uma inovação, dentro dessa mentalidade de levar vantagem em tudo. E nessa linha, até roubar papel higiênico em prédios públicos na hora de usar o banheiro. Eta vida!

sexta-feira, agosto 03, 2007

"C A N S E I "

GOLPE EM ANDAMENTO





Falta muito pouco para que "intelectuais", jornalistas, empresários e publicitários lançarem a campanha para derrubar o presidente Lula, como informa a colunista Mônica Bergamo:'Um grupo formado por jovens empresários da Fiesp, por pessoas ligadas a artistas, como Jesus Sangalo, irmão da cantora Ivete Sangalo, por publicitários como Sérgio Gordilho, da agência África, de Nizan Guanaes, e por empresários como João Doria reuniu-se na semana passada para discutir o lançamento de um movimento cujo slogan será "Cansei!" ou "Chega e basta!". "Não somos contra ninguém. Somos a favor do Brasil", diz o empresário Marcos Haddad, dos jovens empresários da Fiesp." Uma segunda nota:"Além de peças publicitárias com o slogan que poderiam ser divulgadas em TVs, jornais e internet, Haddad diz que o grupo planeja ações. "As pessoas, por exemplo, poderiam, num dia determinado, sair de seus locais de trabalho e tomar as ruas como forma de protesto e homenagem às vítimas do acidente da TAM." O movimento quer também protestar contra a violência e o baixo crescimento do país."


REVIVENDO 64

Dois editoriais publicados no jornal Correio da Manhã e JB:"Chega!""Basta!". Ganharam as ruas no dia 30 de março daquele ano. Exceto a Última Hora, todo o imprensalão da época - inclusive os democratas radicais Folha, Estadão e O Globo - apoiaram e foram decisivos para a consolidação do golpe, que em nome da "liberdade" nos condenou a 21 anos de DITADURA

Só falta marcar a marcha com Deus. O resto do roteiro está pronto. O golpe já está em andamento. Só não vê quem não quer.



quinta-feira, agosto 02, 2007


OS VERDADEIROS ESPOLIADORES DA NAÇÃO


Enquanto ficamos a malhar os judas que circulam pela TV e imprensa em geral (factóides), os verdadeiros espoliadores do país continuam seu trabalho silencioso. Eu falo dos bancos que arrecadam bilhões, onde dinheiro gera dinheiro e tem a seu favor a mordomia de usarem o dinheiro do imposto de renda para as tais fundações, cuja existência se converte em meio de propaganda não paga e que lhes dá ainda uma aura de beneméritos. Esta é uma lei espúria, que faz com que o país perca tanto dinheiro perto do qual os tais salários de deputados, mensalões e afins vão parecer dinheiro de feira. E os lucros bilionários desses bancos vão parar no exterior, como também na compra de terras com a consequente concentração das terras do país em cada vez menos mãos. E nada disso passa perto de qualquer interesse pelo desenvolvimento da nação. A eles convém que as ovelhas fiquem a balir contra os providenciais judas, os nossos políticos, cuja inocência eu não defendo de jeito nenhum, mas não sou tola o suficiente para crer que o problema do país esteja centrado nas robalheiras do Planalto. Precisamos parar de usar viseiras e parar de comer sempre da mesma grama, bem na frente do nosso nariz. É preciso ampliar horizontes, ir mais fundo nas questões.



quarta-feira, agosto 01, 2007

besteirol do blog




NOVOS ANJOS



MOTEL = Anjo protetor dos amantes.

SARAPATEL = Anjo protetor do Engov e anti-ácidos em geral.

ABRAVANEL = Anjo que protege quem topa tudo por dinheiro, principalmente os jogadores de Tele-Sena. Só aparece aos domingos.

ALUGUEL = Anjo mau. Não deixa a pessoa conseguir sua casa própria.

EMBRATEL = Anjo protetor do monopólio das comunicações.

CHANEL = Anjo protetor dos costureiros e estilistas.

PINEL = Anjo travesso. Faz as pessoas baterem com o sorvete na testa e babarem na gravata.

PAPAI NOEL = Anjo protetor do comércio. Só aparece no fim de ano.

TONEL = Anjo protetor dos alcoólatras anônimos e bêbados em geral

BEDEL = Anjo dedo-duro. Protege as escolas dos alunos arruaceiros.

QUARTEL = Anjo que protege as fronteiras.

PASTEL = Anjo protetor da colônia japonesa.

SAMUEL = Anjo protetor da poupança.

GEL = Anjo que protege as pessoas com cabelos ruins e rebeldes.

BORDEL = Anjo protetor do sexo grupal.

BABEL = Anjo protetor da escola de línguas.

MANOEL = Anjo protetor das piadas preconceituosas.

PAPEL = Anjo protetor daqueles com intestinos soltos.

ANATEL = Anjo que não serve para nada.
CARTAS A UM BRASILEIRO QUE TEM VERGONHA DE SEU PAÍS




primeira carta

O senhor, com suas boas maneiras e total desprezo pelo país onde diz que nasceu, parece que aqui não ficou por muito tempo, mas já está aqui de novo, mas somente até sua esposa parar de trabalhar. Segundo me pareceu, o seu desprezo pelo país vai além da normalidade, eu diria que é "afetivo" pra não dizer patológico. Exala um rancor que só se justifica em um relacionamento muito mal resolvido, em que projetamos na paisagem, nas pessoas ao redor, nos objetos, em tudo que constituiu o palco da tragédia, a nossa agressividade e rancor.É um direito seu ir pra onde quiser, basta ter dinheiro. Mas afirmar que desrespeito pela raça humana é privilégio do Brasil, comparado com os países civilizados que apontou, é um tanto audacioso. Olha só o que os "civilizados" ingleses e franceses vêm fazendo no mundo com sua voracidade colonialista! Nós somos xenófobos? Por conta de tentar manter uma identidade, preservar o pouco que escapou do detergente norteamericano na lavagem cerebral , instrumento de dominação? E a volta do nazismo teve até representante na eleição francesa. Uma palavra que subentende racismo, preconceito e lei do mais forte. Não inventamos nada? E daí? Não somos formigas domesticadas como alemães e japoneses, que fazem do dinheiro a máxima de suas vidas. E depois se suicidam e inventam mais guerras pra morrer mais gente pelo deus capital. Não te iludas, amigo, a mesquinharia , a ganância, a pequenez de sentimentos, os dogmas, os protocolos, a servidão, a intolerância, o egoísmo, ou individualismo, são qualidades que encontrarás em qualquer lugar onde exista gente. A civilidade pressuposta é só um verniz, a superioridade pressuposta é só circunstância, no final, a solidão é a mesma, quando o ser humano fica diante de sua própria insignificância, com ou sem caroços de azeitonas, com uma linda paisagem , ou não, com conforto, longe do que lhe aborrece, mas infinitamente aborrecido. Vai por mim!



segunda carta

O senhor diz que tem vergonha de seu país porque é a sombra de uma imagem. Porque aqui tudo parece tão imperfeito, mal acabado, mal educado. Fala até que os índios roubaram um estrangeiro bonzinho. Os nossos índios viviam aqui muito bem, não havia poluição, respeitavam a natureza, tinham com ela uma coexistência que preservava o equilíbrio e garantia a vida do planeta. E olha o que aconteceu. Vieram os europeus, e começaram a cortar madeira a tal ponto que deixaram aquela terra seca e árida. Assim continuou e hoje, os brancos tão civilizados e tão educados e tão superiores não têm uma saída para as graves alterações que ameaçam nossa sobrevivência. Tanto barulho para que duas pessoas pudessem estar aqui a se comunicar à distância, falando muito sobre um mundo caótico, ameaçado de grandes desastres ecológicos por conta do desejo de produzir progresso.Em que se baseia para dizer que o terceiro mundo quer ser colonizado? Mas o que falei foi que europeus colonialistas não são exemplos de civilidade e boas maneiras. E tudo que o senhor apontou como negativo aqui não é privilégio nosso. Religião como instrumento de dominação, ligada a reis e depois governantes tanto foi a Católica como a Anglicana, que surgiu para servir ao rei e depois continuou a existir sob o controle dele próprio. Pior ainda os Quaker que a Inglaterra exportou para a América do Norte e lá seu fanatismo atingiu níveis interessantes. As posteriores Presbiteriana e Batista também tinham umas sutilezas que agora o Bush resolveu adaptar a seu gosto, atribuindo a Deus, a iniciativa de lhe indicar o caminho e com a história do criacionismo querem ver Darwin morto. Cada qual com seus ranços. O modelo de educação norteamericano deve estar falhando, pois volta e meia tão matando gente em escolas, crianças que matam outras, e não é pra roubar. E aquele brinquedo da cadeira elétrica, onde a criança comanda a execução em que o condenado tem todas as reações, treme, os olhos reviram,etc. Os japoneses tb. tem uma cultura bem sádica, basta ver desenhos animados que já existem há bons vinte anos. Heróis na defesa dos pobres já tivemos Robin Hood e Jesus Cristo inclusive. Não é privilégio de povos americanos, com seu Zorro. Esses mitos assim engrandecidos cumprem a função de acalmar os que sofrem, acalmar o rebanho, pra proveito do pastor. E com bolinhas de manteiga ou sem, algo realmente relevante na vida das pessoas, neste nosso mundo infelizmente não existe a tal Pasárgada.







Universidade da América Latina deverá funcionar em Foz do Iguaçu


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou nesta quarta-feira o ex-secretário de imprensa e porta-voz André Singer para coordenar a implementação de uma universidade de estudantes latino-americanos no Brasil. A notícia é do portal G1, 2-05-2007 e do jornal Valor, 3-05-2007.No discurso que marcou a despedida de Singer da secretaria, Lula afirmou que tinha uma "missão importante" para Singer: implementar um "projeto antigo" para "intensificar a integração dos países da região".O projeto, elaborado numa parceria entre o Ministério da Educação e a hidrelétrica binacional Itaipu, foca, inicialmente, estudantes dos países membros plenos e associados do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Chile e Bolívia). A expansão para os outros países da América Latina ocorrerá num segundo momento a ser definido pelo projeto.O primeiro campi da universidade deve ser na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, região da tríplice fronteira brasileira, aproveitando as instalações da usina de Itaipu. Segundo anunciou o MEC em abril, os cursos da universidade devem ter grades curriculares com assuntos sobre a integração dessas nações. Se aceitar o convite, Singer será responsável, entre outras tarefas, por agregar as propostas dos sete países num único projeto.Além da universidade, está em discussão um plano mais amplo de capacitação de professores de Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Chile, principalmente nas áreas de ciências exatas e biológicas (matemática, física, química e biologia). Na semana passada, representantes de 18 universidades públicas desses cinco países se reuniram em Santa Catarina para discutir o tema.
LULA E O MOVIMENTO CANSEI

o jornal El País também tratou das críticas recentes ao governo Lula. Em reportagem intitulada "Lula desafia aos que lhe vaiam", a versão online do diário diz que o presidente Lula "está convencido de que o movimento 'Cansei', ao qual aderiram organizações não-governamentais e é patrocinado por alguns empresários, está nascendo no seio da classe média e rica".
Em um duro discurso em Cuiabá, segundo o El País, Lula disse que a elite deve se sentir incomodada porque ele, um ex-torneiro mecânico, vai "entrar para a história como o (presidente) que criou mais universidades federais".
O jornal destacou ainda que Lula desafiou seus críticos que convocam demonstrações antigoverno, dizendo: "Se quiserem brincar com a democracia, ninguém sabe nesse país colocar mais gente na rua do que eu".