domingo, julho 22, 2007

A VELHA DANÇA DA VIDA

Então cheguei a esta noite vaga
de onde estrelas foram retiradas
e qualquer sinal de vida se perdeu
na inconsistência das palavras,
na inconstância dos sentires,
na impossibilidade pressentida.
Onde era pouso, doce guarida
encontrei ausências,
e o mesmo rosto que sorria
é agora apenas mais uma foto
tão frágil cópia sem significado.
´Meu doce pouso, nas horas dificeis,
fechou-me a porta , recolheu
a mão que me estendia
e sumiu num silêncio acusador.
Teria eu sonhado esse aconchego
por solidão, vontade, ou mente transfigurada?
Teria eu não percebido que chegando já se ia?
Já se faz tarde, e sempre os ventos com presságios
e a confirmação do inevitável fato:
somos todos sozinhos, unidades ímpares,
e o amor é uma ilusão que fascina
e sempre volta a nos soprar mentiras,
a vida é mesmo uma velha dança,
que nos ilude, faz promessas vãs,
e nos deixa no meio sala à espera
daquele amado par que não virá!

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